Som na Sucata (05/06 Maio/2012) - Produção Independente
2ª edição do evento realizado no Teatro de Arena do Prédio
do Museu de Mineralogia na Praça da Liberdade, conhecido como “Rainha da
Sucata”. Os representantes das bandas envolvidas no evento, sendo 05 em cada um
dos dias, foram os responsáveis por produção e realização do “2º Som na Sucata”
Sábado (05/Maio)
Pêlos- Exatamente às 16h a banda Pêlos, iniciou sua
apresentação. Três guitarras prenunciavam algo realmente forte. E quando Robert
Frank, soltou a voz. O que era expectativa se confirmou. Com timbres muito bem
equalizados, a Pêlos brindou a platéia presente com vigor, peso sonoro e
harmonias na medida para sustentarem o vocal poderoso de Robert Frank.
Reconstruindo as canções que nós conhecemos, a Pêlos não economizou ao imprimir
uma sonoridade mais Rock´n Roll a elas. A qualidade sonora do teatro esteve à
altura das apresentações. Diga-se de passagem. O pop perfeito da Simples deu
continuidade ao clima de grandes performances, para um evento realizado em um
espaço que precisa, assim como aconteceu nesse fim de semana ser “ocupado” pela
população. A precisão e o discurso lúcido da banda são elementos para a criação
de canções envolventes e ao mesmo tempo reflexivas, e, podem dançar, pois o
objetivo é esse da Simples. Depois uma das mais gratas revelações da cena
musical de Belo Horizonte toma conta do palco, a Hotel Catete. Original retrô,
com ironia fina e canções que nos remetem a boleros e boêmias, cantam sem pudor
bebedeiras, rondas amorosas noturnas e os subúrbios de todos nós. Excelentes
arranjos, backing vocals contagiantes e a certeza de saberem o que desejam.
Diversão, e com música de alto nível. A Paz-me, apresenta-se em seguida
trazendo canções na medida certa para corações e mentes. Denuncias sociais,
observações aguçadas a respeito de nosso cotidiano e nossas expectativas. Há
algo de mágico em seus arranjos. Uma atmosfera nostálgica e o prenúncio de boas
novas. Músicos em total sintonia e tecnicamente muito cuidadosos em manter
nossos ouvidos aguardando o próximo acorde. Encerra esta noite a banda
Clodoaldos, do Rio de Janeiro. Rock direto e certeiro para cantar amores não
correspondidos e os correspondidos também. Quatro músicos com toda a simpatia
que os cariocas sabem muito bem distribuir, e também com canções agradáveis e
guitarras muito bem timbradas. Encerraram esse dia em alto astral e felizes,
diante de uma plateia tão simpática quanto eles.
Domingo (06/Maio)
A organização primou pela pontualidade e às 15h a Spooler
inicia o segundo dia do Som na Sucata. Performáticos, mas a música está lá,
dançante, bem elaborada e pronta para as pistas e para as mentes. Liderados por
Davi Dines, voz, guitarra, coração e pulmão. Realizaram uma apresentação impecável.
Backing vocals bem harmonizados. Cozinha segura e competente, para embalar
corpos na tarde de domingo. Após o que já estava ótimo, sobe ao palco a banda
!Slama. Quarteto mais que entrosado, chama a atenção os vocais do front man Dáblio
e de Aleks Ka (guitarra), impecáveis. O álbum atual da banda foi produzido por
Gustavo Corsi (Picassos Falsos). Explicação para parte da qualidade do som que
apresentam. Percussão na medida certa e muito, muito Rock´n Roll. A sutileza e a elegância sobem ao
palco na pele da Valsa Binária, sinônimo de alta qualidade musical. Acordes em
sintonia com as demonstrações de total controle de suas canções. Leo Moraes à
frente de excelente base transforma sua guitarra de timbre perfeito em
protagonista também do espetáculo. A Valsa canta o almejado e o possível.
Diverte e faz pensar. Chicão e Luca que o digam.E a seguir tome mais
Rock com Bertola e os Noctívagos, toda a força sonora e poética da banda ficam
mais evidentes ainda quando a plateia os acompanha. E há uma contaminação
espontânea, pois é impossível não nos percebermos muitas vezes ali nas
entrelinhas da poesia direta e certeira, denunciadora e irônica da banda.
Seguros e à vontade, Bertola e sua troupe sabem onde pisam. A noite chegou,
pois já era noite quando o Som na Sucata emitiu seus últimos acordes na figura
de Rond Gaspar e sua Antenofobia. Voz a cantar o amor, o desamor, e até o
desalento. Mas, com a inteligência fina e provocadora em seus versos. Linhas
suntuosas de guitarras, tão harmoniosas que até a dor dá uma pausa. Vence a música,
ganham os presentes. Encerramento perfeito para dois dias especiais no Teatro
de Arena do Rainha da Sucata. Até a próxima e que não tarde.
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3 comentários:
Ótima matéria! vlw Edison, obrigado!!!
Yeah!!!!!!!!!!!
Belo texto, Edison. Tamo juntos!
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