1/28/2010

MATÉRIA ESPECIAL

Postado por BH INDIE MUSIC

BANDA EL EFECTO VOLTA AOS PALCOS DE BH





Entre tantos shows testemunhados, nenhum me causou tantos arrepios como o El Efecto.
É uma reação minha quando ouço harmonias complexas perfeitamente arranjadas. 
Aos leigos em composição, é mais simples dizer que quando a banda é boa, causa arrepio dos pêlos do braço ao pescoço. Então é isso. El Efecto é de arrepiar.


Os quatro rapazes da El Efecto mostram que conhecem muito bem a miscigenação musical carioca. O show é um ou dois séculos de enciclopédia musical. 
A banda passeia num repertório excelente de arranjos, onde acrescentam samba, funk, bossa, marchinhas, choro, entre outras tantas de algumas referências rítmicas citadas, que a gente percebe logo de cara que veio do Rio. 

Mas não páram por aí, o rock é a finalidade. Como resultado da tentativa de combinação entre a linguagem do rock, da música popular e da música erudita, as composições são marcadas pela variedade de climas - peso e sutileza, vocais gritados e coral de três vozes. E a paixão pela música erudita, não fica só na nomenclatura de algumas canções do grupo, como "Fantasia em Lá Menor". A referência da escola clássica está incrustada em cada escala respeitosamente criada em favor de uma composição correta.



Mas não são presunçosos ao ponto de se assumirem progressivos. Eles misturam muita coisa, até música celta num solo de flauta. A gente tem que ficar bem atento pra não perder nada. Em disco, dá pra viajar no final da faixa "Canto do Aleph"... parece que você está ouvindo uma bolacha de 70, numa experimentação dos"John's" Elton e Lennon.




Mas a internacionalização passa longe e sem afetação.



Do flerte apaixonado pela música brasileira, ganha nossa inteligência. 


No vídeo, a parceria com o violinista francês Nicolas Krassik, em boa peformance multi-cultural.





VOLTANDO AOS PALCOS DE BH...


É a segunda incursão da banda em Belo Horizonte. Já estiveram aqui em 2008 no BH Indie Music, quando acordou a galera convencional daqui,  com as possibilidades no palco de se interpretar com trompete,  cavaquinho,  flauta, percussões e bases pré-gravadas. E nessa tentativa de fugir dos caminhos comuns, provaram que sabem bem exploram infinitas possibilidades já a bastante tempo.

Nesta ocasião, fizeram três shows seguidos aqui e em cada um deles, o set list respeitava uma transmutação da banda ao espaço. O que mais me impressionou, foi o do Matriz, no segundo dia, quando tiveram a coragem de começar um show de rock, abrindo com um funk na cabeça da galera. Foi sensacional...





A esperança nas transformações do mundo 


As letras são fantásticas e as métricas de cada uma delas, geniais.


O El Efecto aproveita o espaço de suas composições para poder sintetizar tudo aquilo que para a banda é importante e essencial. Não se trata de fazer da arte uma válvula de escape para as frustrações de uma vida acomodada, e sim de buscar, por meio dela, estimular a transformação da vida concreta. 


Após o lançamento do primeiro disco, Como Qualquer Outra Coisa (Independente, 2004), o El Efecto se manteve dentro e fora do Rio de Janeiro. Circo Voador (RJ), Hangar 110 (SP), Belo Horizonte, Porto Alegre - RS e Ambato, no Equador já foram alguns dos trajetos percorridos pela banda. 


Em 2008 a El Efecto lançou seu segundo disco: Cidade das Almas Adormecidas e as 11 faixas ainda podem ser baixadas gratuitamente no site da banda. 
Mas vale demais, comprar o disco na mão dos caras, essa semana. Eu tenho o meu e vou autografá-lo, sem nenhum constrangimento. Oras...


por Malu Aires

1 comentários:

Unknown disse...

O Blog está ótimo Malu, parabéns pela dedicação.
Banda surpreendente mesmo, ainda não tive o prazer de conferir um show deles mas espero que não faltem oportunidades aqui na terra da garoa ;)

bjs
Cris

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